FeLV – Vírus da Leucemia Felina

13 janeiro 2015, 13:00. Postado por Resgatinhos

O que é FeLV?

O Vírus da Leucemia Felina (FeLV – em inglês, Feline Leukemia Virus) foi descoberto em 1960, e afeta populações felinas (inclusive grandes felinos) no mundo todo. De mãos dadas com a FIV, a FeLV é uma das doenças que mais assombra os felinos. 

Como acontece o contágio? 

O vírus é transmitido de um gato para outro, e entre felinos somente. O vírus causador da leucemia felina pode ser transmitido através da saliva, secreções nasais e lacrimais, leite, urina e fezes de gatos portadores, mas a principal forma de contaminação é através da saliva, através de lambedura, mordidas e compartilhamento de potinhos de ração, caixinhas de areia, e até brinquedos. Além, obviamente, do contato sexual. Os filhotes de gatas infectadas também podem nascer infectados por meio de contaminação transplacentária ou adquirir o vírus durante a amamentação. Cerca de 80% dos filhotes que adquirem o vírus nestas condições morrem na fase natal ou neonatal, e os que resistem podem manter-se em viremia persistente.

O vírus da FeLV é um vírus frágil que não sobrevive muito tempo no ambiente (cerca de 2 horas somente), assim é necessário que haja um contato próximo dos gatos para que aconteça a contaminação. FeLV também pode ser transmitida através da transfusão de sangue, portanto doadores em potencial devem ser testados para o vírus. Uso compartilhado de agulhas também é contaminante.

Após a infecção por FeLV, gatos com o sistema imunológico competente podem combater e eliminar o vírus no estágio inicial. Já os animais com o sistema imunológico debilitado permanecem contaminados, dando origem a diversas complicações sistêmicas, como infecções secundárias, alterações hematológicas e até neoplasias. A evolução da doença pode ser classificada em categorias de acordo com a característica da patogenia:

* Regressiva (viremia transitória ou latente): devido a uma resposta imune eficiente, observado em 30% dos gatos sadios expostos ao FeLV. Podem apresentar testes positivos na fase inicial, mas tornam-se negativos posteriormente, pois o organismo neutraliza o vírus.

* Progressiva (viremia persistente): devido à falha no desenvolvimento de uma resposta imune efetiva. Geralmente estes animais desenvolvem sintomas e apresentam testes positivos.

* Latência: o vírus sai da circulação sanguínea, porém permanece sequestrado na medula óssea, replicando-se sem deixar as células, podendo ser responsável pelo desenvolvimento de anemias e neoplasias. Podem apresentar testes sorológicos negativos.

Gatos portadores assintomáticos e aparentemente saudáveis podem transmitir FIV e FeLV por não apresentarem sinais clínicos da doença durante semanas, meses, ou até mesmo anos após o contágio inicial, tornando-se fontes potencialmente contagiantes para outros indivíduos. Por isso, além de testar seus próprios gatos, é muito importante que qualquer novo gato que seja trazido para dentro de casa, venha ele de gatil, abrigo, ou diretamente da rua, seja testado antes de ter contato com os gatos residentes.

IMPORTANTE: o vírus da FeLV não é transmitido para humanos, ou para outras espécies animais. A transmissão acontece somente de felino para felino.

demonstração de afeto entre gatos, a lambedura é um meio de contágio da FeLV

Quais são os grupos de risco?

A FeLV acontece com mais frequência em ambientes com alta densidade de gatos, o que inclui abrigos, casas onde moram muitos gatos, e colônias de gatos de rua/ferais. Se o seu gato tem acesso à rua, não importa que seja somente por curtos períodos, ele faz parte do grupo de risco. Visto que os sintomas muitas vezes não se manifestam por meses, ou até anos, se você adota/resgata um animal de rua e o traz para dentro de casa sem antes fazer uma quarentena e testar o animal, existe a possibilidade de ele estar contaminado e você está colocando em risco os gatos saudáveis que já tem.

Quais são os sinais clínicos?

A FeLV causa uma série de sintomas diversos, dependendo dos tipos de células que foram infectadas. Após a exposição ao vírus, alguns gatos podem demonstrar sintomas fracos, como febre e letargia, mas muitos gatos permanecem assintomáticos. Se o sistema imunológico do gato não for suficientemente forte para controlar o vírus, ele irá se tornar permanentemente infectado e entrar em um estado assintomático que pode durar por meses, ou até anos.

Com o tempo, os sinais clínicos da FeLV que irão aparecer estão associados às infecções secundárias e à imunossupressão, como:

  • Halitose devido a gengivites ou estomatites
  • Dermatites recorrentes e abcessos
  • Otites
  • Infecções das vias aéreas
  • Anemia não regenerativa
  • Fibrossarcomas
  • Doenças mieloproliferativas

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico se baseia no histórico médico e sinais clínicos do gato, e os resultados dos testes para determinar se o vírus está presente na corrente sanguínea. Um resultado positivo irá identificar a presença do vírus da FeLV ou de seus antígenos. São feitos testes sorológicos qualitativos ou confirmatórios, através de diferentes técnicas (ELISA, RIFI, PCR, Western Blot) a partir de amostras sanguíneas para a detecção de anticorpos contra FIV e do vírus da FeLV. Existe um kit que permite que o exame seja feito no próprio consultório veterinário. No entanto, tem-se constatado, aqui no Brasil, um alarmante número de falsos positivos nesses testes, por isso é muito importante que caso o resultado  inicial do seu gato tenha dado positivo, que um novo exame confirmatório seja feito, preferencialmente usando-se uma técnica diferente, em laboratório especializado. Para fechar um diagnóstico, e considerando-se o quadro clínico do gato, outros exames devem ser feitos e levados em consideração:

  • Hemograma completo: para avaliação das desordens hematológicas
  • Eletroforese de proteínas: para o estudo da resposta imunológica
  • Análise citológica de linfonodos, aumento de volumes e líquidos cavitários: para identificação de atividade linfocitária e desenvolvimento de neoplasias
  • Citologia de medula óssea: para identificação de linfoadenomegalia interna, hepatomegalia e esplenomegalia

Nenhum teste é 100% confiável sempre e em todas as condições, portanto, uma decisão crítica sobre os cuidados do paciente – esteja ele saudável ou doente – não deve nunca ser baseada em um único resultado.

Todo esse cuidado é importante porque não é incomum vermos gatos serem diagnosticados como FIV e/ou FeLV positivos, e testes posteriores mostrarem que foi um ‘falso positivo’. Isso pode acontecer por uma série de fatores, inclusive material contaminado dentro do próprio laboratório (ou kit de teste). Gatos FeLV+ são estigmatizados na hora da adoção, e sua chance de encontrar um lar é drasticamente diminuída, portanto é essencial que o resultado positivo seja (re)confirmado.

Recomendamos fortemente que o exame feito seja o PCR, cujos resultados são mais confiáveis. O Laboratório de Diagnóstico Molecular da UNESP (Botucatu) realiza esses exames a um preço acessível (R$100 para FIV+FeLV), o resultado sai em cerca de uma semana, e o seu veterinário pode enviar o material coletado pelo correio. Mais informações nesse link.

Tem cura? Qual o prognóstico?

Não, FeLV é uma doença incurável. Mas gatos FeLV+ que estejam saudáveis podem viver por meses ou até anos, portanto a decisão de eutanasiar um gato soropositivo deve ser estudada individualmente, cada caso é um caso. Os cuidados de um gato FeLV+ envolvem medidas a serem tomadas para preservar a saúde do gato infectado, a prevenção da disseminação do vírus, e um reconhecimento precoce e tratamento agressivo das doenças associadas ao vírus. A qualidade de vida e condições clínicas de gatos FeLV+ pode ser melhorada através de esforços conjuntos do proprietário e do veterinário.

  • Mantenha o seu gato exclusivamente dentro de casa (inclusive fora do quintal/jardim, mesmo que protegido da rua). Isso irá prevenir que ele entre em contato com agentes causadores de doenças aos quais ele possa estar susceptível. Mantendo o seu gato dentro de casa, você também está protegendo os gatos da vizinhança de serem contaminados.
  • Observe qualquer alteração, por menor que seja, na saúde e comportamento do seu gato. Comunique imediatamente ao seu veterinário qualquer preocupação que você tenha.
  • Leve o seu gato ao veterinário para um check-up pelo menos 2 vezes por ano, incluindo exames de sangue e urina.
  • Ofereça ao seu gato uma ração de excelente qualidade – nada de dietas cruas, por favor, uma vez que as bactérias e parasitas em carne e ovos não cozidos, assim como em derivados do leite não pasteurizados, podem ser perigosas para gatos com o sistema imunológico comprometido.
  • Castre o seu gato.

Para animais que apresentam a viremia persistente (resultado do teste positivo e presença de sintomas), o prognóstico torna-se mais reservado. Estudos demonstram que um gato infectado tem uma sobrevida de cerca de 2,5 anos.

Meu gato é positivo, mas assintomático. Posso ter outro gato?

Não. Mesmo que não apresente qualquer sintoma, o gato FeLV+ pode transmitir o vírus para outro gato. Gatos FeLV+ devem ser completamente isolados de outros gatos, ou conviver exclusivamente com outros FeLV+.

Prevenção e Controle

A forma mais eficaz de impedir a disseminação dessas doenças inicia-se com um diagnóstico confiável, devido às diferentes síndromes clínicas. Os animais positivos devem permanecer reclusos e separados dos animais sadios, a fim de se evitar a exposição e propagação dos agentes infecciosos através das secreções. Devido à natureza do vírus, após ser exposto ao mesmo é possível que o gato teste negativo por cerca de 30 dias, portanto os testes devem ser realizados no mímino 30 dias após a exposição para assegurar que o gato não está mesmo infectado. Filhotes devem ser testados somente após os 3 meses de idade, e independente do resultado, idealmente o exame deve ser repetido depois de mais 3 meses.

Vacinação como prevenção

Gatos não infectados podem ser vacinados contra FeLV (não há benefício algum para gatos já infectados). Recomenda-se que todos os gatos com risco de exposição – isso inclui gatos com acesso à rua, gatos que convivam com gatos sabidamente já infectados, e em ambientes com muitos gatos onde não se conhece o estado de saúde de todos os animais – sejam vacinados. No entanto, a eficácia da vacina não é 100% comprovada, e mesmo vacinado ainda existe a chance do gato se contaminar. Manter seu gato sem acesso à rua e contato com outros animais que possam estar infectados continua sendo o meio mais seguro de prevenção.

E O MAIS IMPORTANTE: se o seu gato testou positivo para FeLV, não considere isso como uma sentença de morte. Antes de mais nada, refaça os exames depois de 3 meses (preferivelmente em um outro laboratório), pois existe sim a possibilidade de ser um falso-positivo. Se o resultado se confirmar, lembre-se que muitos animais infectados vivem por anos e anos sem apresentar sintomas, levando uma vida feliz e relativamente saudável, para a qual você pode contribuir oferecendo ao seu gato todos os cuidados necessários.

RESSALVA: Para escrever nossos posts pesquisamos muito, e confirmamos todos os dados conversando diretamente com especialistas veterinários. No entanto, nós mesmas não somos veterinárias, e não podemos fazer diagnósticos, prescrever tratamentos ou medicamentos, muito menos online. Além disso, muitas vezes não conseguimos ler as mensagens todos os dias, então pedidos ‘urgentes’ perdem a razão de ser. Se o seu gatinho estiver apresentando qualquer tipo de problema de saúde, a primeira providência SEMPRE é levá-lo a um veterinário qualificado.

Fontes:

www.fixnation.org
www.provet.com.br
www.aspca.org
www.vet.cornell.edu
www.icatcare,org
Tradução e adaptação: Resgatinhos
Consultoria: Dr. Manoel Oliva Proença Netto, médico veterinário
 
 

Fique à vontade para compartilhar os nossos textos, mas se for reproduzi-los em sua totalidade ou mesmo em parte, por favor mencione a fonte e coloque o link de redirecionamento.

 


27 Responses to FeLV – Vírus da Leucemia Felina

  1. Olá.

    Tenho três gatos que moram em apartamento. Um com 4, outro com 3 e a mais nova com 1 ano e meio.

    Os três gatos convivem juntos há anos e o do meio com 3 anos apresentou sintomas, está na clínica internado e positivo para FelV, e negativo para pif e fiv. Fez pulsão e retirou 120 ml de líquido do peito. Exames de sangue mostrando que está bem debilitado.

    Depois de dois dias esta melhor e a veterinária disse que posso levar para casa.

    A dúvida é a seguinte.

    Vou fazer o teste de FelV para os dois gatos que estão em casa amanhã e o que faço se der negativo?

    Os dois foram expostos há anos com o gato que está com sinais clínicos e positivo, principalmente o mais velho com 4 anos.

    Um animal negativo mas resistente pode ficar junto com um FelV+? Lembrando que dormem, brincam, se lambem e comem juntos desde que adotei cada um.
    Ou devo sacrificar o que está com Felv+?
    Obrigado

    • olá Maurício
      Sabemos de casos em que gatos negativos convivem com positivos e não contraem a doença. Mas, é uma roleta russa, não há como garantir que isso irá acontecer, e de regra nós não recomendamos que gatos FIV+ ou FeLV+ convivam com gatos negativos. Qto a sacrificar…se o animal continua saudável e com qualidade de vida, apesar do diagnóstico, sacrificar é um ato extremo, e nós particularmente preferimos buscar outras soluções. Mas se está sofrendo e definhando cada vez mais, e sua qualidade de vida é mínima ou até inexistente, muitas vezes a eutanásia é um ato de misericórdia. É realmente uma decisão muito difícil de ser tomada, e precisa ser muito pensada. Vc não tem como mantê-lo separado dos outros?

  2. Eu perdi um gatinho essa semana por causa da FELV. Quando adotei eles (tenho dois) já sabia que eram positivos pra doença.
    É dificil, mas amo eles mais que tudo. Estou arrasada por ter perdido o meu xodozinho.
    Mas a mãe dele ainda está comigo e a 3 meses não apresenta nenhum sintoma. Espero que ela continue aguentando firme.

    Falei um pouco sobre a minha adoção deles no meu blog, caso alguém tenha interesse: https://apenasimagine.wordpress.com/2015/07/21/meus-gatos-e-a-felv/
    E aqui falei um pouco sobre como perdi meu Almofadinhas: https://apenasimagine.wordpress.com/2015/07/25/in-memorian/

    abraço.

    • oi Camila, sentimos muito pela sua perda, sabemos bem o quanto é difícil. Mas ficamos felizes de saber que vc acolheu dois gatinhos que precisavam de mais cuidados e deu a eles uma vida feliz e digna.

  3. Pingback: Diário do Panco – Dia 1 | melc.at

  4. Olá

    Recentemente recebi a notícia de que meu gato, com 10 anos de idade, é FelV+. Achei estranho pois sempre vacinei todos os meus bichos contra tudo o que há nesse mundo. Vou esperar 90 dias para pedir uma contraprova, mas gostaria de saber se um gato vacinado pode apresentar o virus caso tenha sido exposto, por exemplo, em uma situação de briga ou pelo convívio com outro gato FelV+. Isso é possível? O teste usado foi o ELISA, comum em consultórios veterinários.

    Para a possibilidade dele ter adquirido da mãe, acho estranho porque ele sempre teve uma saúde de ferro. Nesses 10 anos ele nunca teve nem febre!

    Obrigado

    • olá Savio

      A vacina específica contra FeLV foi lançada muito recentemente, as vacinas rotineiras não protegem o gato contra ela…a eficácia da V5 contra essa doença é bastante questionada. O seu gato tinha/tem acesso à rua? Porque se ele teve contato com um gato FeLV+ através de briga ou convívio pode sim ter se contaminado, infelizmente. O que o levou a fazer o teste, ele começou a apresentar algum problema?
      Como vc vai repetir o teste, aconselho a mandar para o laboratório da UNESP, o teste é por DNA e é o mais conclusivo. No post tem o link para as informações.

  5. Olá, obrigada pelo texto.
    Estamos com uma gatinha que vivia em abrigo e ela não ganha peso, apresenta secreção ocular e um problema de pele estranho, em que os pelos caem em uma pequena área e É depois crescem bem escuros neste mesmo local. Fizemos o teste mais simples, este que é feit no proprio consultório, e deu negativo para Felv. Será que posso confiar neste resultado? Existe a possibilidade de ser um falso-negativo?

    • olá Joyce, sempre existe essa possibilidade, mas qdo o gato apresenta sintomas condizentes com o vírus a chance é menor. O ideal é esperar um pouco e fazer um novo exame, em laboratório de confiança.

  6. posso ter um gato com esta doença junto com cachorro?

  7. Oi, tenho um gato de 6 anos por qual tenho paixão. Há um ano adotei outro para fazer companhia ao Chumbinho. Há 3 dias descobri que ele é Felv positivo. O Ixe, o de um ano e dois meses, aparenta ser saudável. A Vet pediu que eu já fizesse a quimioterapia em Chumbo, mas não quero q ele sofra, já que é muito estressante para elezinho ir à rua. Gostaria de saber, quando tempo o vírus fica no ambiente quando os dois não estiverem mais comigo. Obrigada.

    • oi Renata, se nenhum deles está apresentando qualquer sintoma, estão comendo, não perderam peso, não vejo absolutamente qualquer necessidade de submeter o Chumbinho a quimioterapia. Os efeitos colaterais são devastadores, ele vai sofrer, e pra que? O stress de ele sair para ir ao vet não é nada comparado ao stress que ele vai passar com o tratamento em si. Aliás, nem no Ixe recomendamos quimio, ainda mais se ele não apresenta sintomas. O Chumbinho foi testado positivo também? Os testes foram feitos onde? Porque temos visto muitos, muitos mesmo, resultados falso-positivos. Recomendamos sempre realizar um novo teste depois de 3-4 meses, em lugar de confiança (sugerimos o laboratório da Unesp, onde o teste é feito por DNA e é o mais confiável). E mesmo que seja realmente positivo, primeiro que existe a possibilidade do Chumbinho não se infectar. É uma possibilidade pequena, mas existe, mas se vc destruir o sistema imunológico dele com quimioterapia daí as chances dele se infectar são ainda maiores! E segundo, que tanto um como o outro podem viver anos e anos sem apresentar qualquer sintoma. Resgatamos um gato FeLV+ no final do ano passado, que inclusive passou por 3 cirurgias (1 de castração, uma para colocar pino em pata quebrada, outra pra retirar o pino) e mesmo com todas essas quedas imunológicas até agora não apresenta qualquer sintoma…está com excelente peso, come bem, vive muitíssimo bem.
      Renata, veja bem, não somos veterinárias e não podemos diagnosticar ninguém, prescrever remédios ou tratamentos, nada disso. Mas podemos alertar para algumas coisas que sabemos que acontecem, como diagnósticos falhos, ou tratamentos inadequados e até prejudiciais, pois vemos muitas coisas assim no nosso trabalho. Sugiro primeiro que vc realize um novo teste no Ixe, para ter certeza do diagnóstico. Reforçamos a importância desses exames serem feitos em laboratório com excelente reputação, e não com esses ‘kits de teste’ que muitas clínicas veterinárias utilizam. Se realmente algum deles for positivo, sugiro consultar um segundo veterinário (se for em SP recomendamos o dr. Valdo e a dra Lilia), pois prescrever quimioterapia “por precaução” me parece uma medida muito radical, visto que é um tratamento extremamente agressivo e com inúmeros efeitos colaterais.
      Quanto à sua pergunta sobre o tempo que o vírus fica no ambiente, o vírus da FeLV é um vírus frágil e não sobrevive no ambiente mais do que 2h.
      Boa sorte com os peludos!

  8. Boa tarde,

    Hoje está sendo um dia difícil para nós aqui em casa, nosso gato foi diagnosticado com Felv+, porém temos mais 04 gatos, e eles sempre brincaram juntos.

    Contudo apesar de cada um ter sua vasilha de água e ração, ambos comem um na vasilha do outro e vice-versa, brincam de mordidas, vivem se lambendo, utilizam caixas higiênicas e etc..

    Esse meu gato diagnosticado, começou com sintomas de ficar isolado, não querendo andar e sentidor dores nas juntas, desde ontem quando foi coletado o sangue para ver o real diagnostico dele, separamos ele dos outros, ambos estão sofrendo muito com a separação.

    Levei ao veterinário porque 06 meses atrás ele teve uma infecção na boca e a pata não colocava no chão, após o medicamento e o tratamento ele melhorou. Beleza, agora 06 meses depois, ele teve outra crise dessa, porém com mais intensidade, ficando recluso, debaixo da cama, estante, não querendo se socializar com os outros gatos da casa, fraco, sem querer andar até as vasilhas, porém não perdeu o apetite. Então resolvi levá-lo ontem ao veterinário, pelo estado dele, ela informou que poderia ser Felv, mais sempre com fé acreditando que não seria, mas hoje saiu o resultado positivo.

    Não sei como vou agir em relação aos outros gastos, que estão sofrendo sem a presença dele no meio, e ele também pela solidão. Os remédios recomendados foram: LEUCOGEM DRÁGEAS, PROTOVIT GOTAS, ALÉM DE 10 INJEÇÕES POLIVITAMÍNICAS, ou seja, o tratamento é bastante caro.

    Somente com os exames e consulta mais as medicações injetáveis para combater as infecções da boca e ossos, hoje paguei R$ 410,00 e ainda amanhã outra dose da injeção mais R$ 30,00. Os medicamentos custam: O LEUCOGEM R$ 140,00, PROTOVIT R$ 25,00 E AS 10 INJEÇÕES POLIVITAMÍNICAS R$ 30,00 CADA UMA, TOTAL R$ 300,00. Segundo a veterinária será para o resto da vida dele esses medicamentos.

    Gostaria de um conselho, deixo ele conviver com outros, já que sempre viveram juntos e corre o risco entre os demais gatos mais velos felizes, ou separo e tento ver como será o comportamento dele passando a viver solitário?

    Como ser humano, se eu tivesse um doença que fosse para viver isolado dos humanos, preferia morrer.

    Obrigado, fico no aguardo de uma palavra de conforto para ajudar.

    • Olá Rodrigo

      Sinto muito pelo seu gatinho, diagnóstico de FIV ou FeLV é realmente de deixar a gente desnorteado. Como os seus gatos sempre conviveram e brincaram juntos, não acho que separá-los agora fará qualquer diferença, principalmente porque a mudança na rotina pode contribuir ainda mais para a queda imunológica. Só uma recomendação: se o exame foi realizado com esses ‘kits’ em clínicas veterinárias, aconselho fortemente que seja repetido daqui a uns 2 meses, dessa vez feito em um laboratório de confiança (damos o link para o laboratório da Unesp no post, seu próprio veterinário pode coletar o sangue e enviar por sedex). Que idade tem seu gato hoje? Ele veio de onde, e com que idade? Tem ou tinha acesso à rua?

  9. Olá!
    Tenho um gato testado antes de vir para minha casa e negativo para FIV/FELV, quando adotei outro fiz o teste e dando negativo, ele tomou as três primeiras doses V5 e no ano passado fez o reforço. Tenho algumas dúvidas, ele não vai a rua, nem ele nem os outros, preciso dar a vacina para ele todos os anos ou posso quebrar o esquema e vacina-lo com quadrupla? Vou adotar mais 2, eles tem testes negativos FIV/FELV, preciso repeti-los? Se eu testar um, preciso testar os dois, mesmo que um deles de negativo? Desculpa tantas perguntas. Obrigada

    • olá Fátima, nós particularmente aplicamos somente a V4, existe uma certa controvérsia entre os veterinários sobre a eficácia da V5. Como os seus gatos não saem para a rua e têm contato com outros animais, acho que somente a V4 é suficiente para mantê-los protegidos.
      Quanto a repetir o teste nos dois novos gatos, depende de uma série de coisas: origem dos animais (quanto maior o nr de gatos em um local, maior a chance de contaminação), tipo de teste feito (os “kits” normalmente utilizados em clínicas, cujo resultado sai em alguns minutos, não são muito confiáveis), estado geral de saúdo dos animais…qto tempo ficaram observação desde o resgate, se houve ganho significativo de peso, se apresentaram qualquer problema e como foi a recuperação, etc.

  10. Gostaria de saber por gentileza se o teste feito por KIT em clínica mesmo 2X no intervalo de 30 dias é seguro?
    Tenho uma gata de 5 anos que não fezo teste e nem tomou a vacina,irá fazer o teste para tomar a vacina,estou preocupada se o resultado do Kit é confiável.
    Na minha cidade não tem laboratórios próximos para exame PCR.
    Aguardo uma resposta.
    Obrigada pela atenção.

    • olá Rosemeire, o intervalo entre testes deve ser de pelo menos 3 meses. Nós particularmente não confiamos muito nos kits, mas se essa for a única opção faça o exame, e dali a 3 meses repita. Seu veterinário não consegue enviar o material coletado por sedex para a Unesp?

  11. Estou pensando em adotar uma gatinha, e ela tem essa doença, ela tem dois meses e tals… Tem mtas chances dela morrer?

    • olá Beatriz, ela foi diagnostica tão cedo como? Normalmente os exames não são feitos em filhotes com menos de 3 meses de idade, porque são inconclusivos. A mãe dela é FeLV+?
      Bom, independente disso, as chances dela morrer são as mesmas que a de qualquer outro gato. Já vimos gatos jovens, aparentemente perfeitamente saudáveis que desenvolveram tumores ou outros problemas de saúde e vieram a óbito. E já vimos gatos FIV+ ou FeLV+ que viveram mais de 15 anos. A verdade é que biologia é uma loteria.

  12. Boa noite
    Tive um gato q morreu c felv
    Posso já pegar outro p criar no mesmo ambiente e usando a mesma caixinha de areia, potes e caixa de transporte?obrigada

    • ola Ane, sentimos muito pela sua perda :(
      O vírus da FeLV tem uma sobrevida curta no ambiente, coisa de poucas horas. Mas o ideal é que vc desinfete muito bem tudo o que foi usado pelo seu gatinho com amônia quaternária, para garantir (vc encontra esse tipo de desinfetante em petshops)

  13. Obrigada pelo post.

    Eu tenho uma gatinha com quatro anos e adoptei mais um amigo que ainda só tem dois meses. Eu ainda não os juntei porque tenho muito medo que o Miles possa ter alguma dessas famosas siglas (fiv felv e pif). Nós vamos fazer o PCR mas, com tanta confusão com o facto do gatinho só ter dois meses e com os falsos-positivos e falsos negativos, estou cheia de dúvidas.

    Se eu fizer o PCR num gato com dois meses para despiste de FIV FELV e PIF, e o resultado for negativo, esse negativo será um “certo”-negativo ou pode ser um “falso” negativo (como acontece quando o resultado é positivo)???

    Não consigo ter o gatinho fechado e muito menos correr o risco dele poder contaminar a minha gata mais velha…ele merece muito carinho mas também não o queria dar sem saber se realmente posso ficar com ele e não posso ficar com ele se ele for fazer adoecer a minha gata. É complicado…

    Desculpem o desabafo e parabéns pelo post mais uma vez. Obrigada

    • olá Regina, desculpe a demora em retornar! Olha, falsos negativos acontecem, assim como falsos positivos. O resultado do PCR é o mais confiável, as chances de um falso resultado são bem baixas, mas toda a literatura que consultamos diz que o gato deve ter NO MÍNIMO 3 meses antes de fazer o exame.

  14. Olá, boa noite!

    Por acaso, pesquisando sobre FeLV, encontrei seu blog. De início já me ajudou muito! Meu dia não tem sido bom, então gostaria de desabafar com alguém que entendesse o que eu estou passando.

    Há 4 meses deixaram um gatinho com menos de 2 semanas no meu quintal. Estava bem frio, era noite, e eu não pensei 2x: trouxe para casa, amamentei, estimulei, dei carinho. Eu já tinha outros dois gatos (um com 1 ano e outra com 2 anos e 2 meses na época), ambos castrados e sem contato com a rua.

    Há + ou – 2 semanas e meia, esse gatinho começou a apresentar cistite. Nós levamos ao veterinário, que o examinou e prescreveu o tratamento. Na manhã do retorno à consulta, exatamente 7 dias depois, eu notei que os gânglios dele estavam enormes, e dava para sentir cada um deles. Voltamos lá e o veterinário pediu exames, coletou sangue para testar Fiv, FeLV, Pif e Toxoplasmose.

    Hoje eu recebi o diagnóstico por telefone, porque não tinha como ir à clínica: ele é FeLV+. Eu perdi meu chão, e fiquei muito nervosa, porque além de ter que lidar com o problema em um gato, os outros correm risco de estarem contaminados também. Como eu só vou ter com retornar no veterinário na segunda-feira, e hoje é sexta, eu fiquei pensando se é melhor separá-lo dos outros dois. Obviamente isso vai causar um grande estresse nos três, porque eles se amam e são como uma familinha. E como o amigo ali de cima disse, se eu estivesse doente e fosse obrigada a viver isolada, definitivamente isso não me faria melhor.

    Eu não sei bem o que esperar… Se os outros dois poderão ser positivos, como as coisas serão daqui pra frente. Será que eu o separo até fazer o teste nos outros dois? E se eles forem negativos, será que poderão contrair com o tempo? Se a viremia está ocorrendo agora, se eu separá-lo poderá ter chances dos outros não se infectarem?

    São tantas questões que eu não sei como organizá-las. Como o exame foi feito antes dos 6 meses, tem a possibilidade de não ser FeLV, mesmo com os sintomas de linfoma? É possível ter linfoma sem FeLV?

    Me desculpem pelas questões, mas eu realmente estou perdida até segunda. Sofro de ansiedade, e certamente ficarei mais ansiosa com o passar dos dias.

    Muito obrigada!

    • olá Bianca, sinto muito pelo que vc está passando, é realmente muito difícil saber o que fazer em uma situação dessas. O resultado pode ser um falso positivo? Sim, pode. Linfomas podem aparecer independente de ser Fiv ou FeLV. Como os gatos convivem já há um tempo, não acho que separá-los agora fará qualquer diferença. Nós temos um caso de FeLV+ em que o vírus foi abortado – o sistema imunológico dele combateu de modo eficaz o vírus, que apesar de ainda estar presente no organismo, não chegou à medula. Se o sistema imunológico dos seus outros gatos estiver 100%, existe a chance de isso acontecer. Já vimos tb caso de gatos negativos convivendo com um positivo por anos, sem se infectar. Como diz nosso veterinário, biologia não é matemática, tudo pode acontecer.
      Que outros exames foram feitos? Urina? Hemograma? Perfil renal/hepático? É importante ter o máximo possível de dados para poder fechar qualquer diagnóstico.