Nutella & Cacau

24 maio 2013, 17:16. Postado por Resgatinhos

Mioi tios e tias,

Eu sou a Nutella (tigrinha), e esse pretuxo fofo e perfeito é meu bebê, o Cacau (ele não é lindo? Fui eu que fiz!). Como eu vivia na rua, fui uma ‘mãe adolescente’, e a diferença de idade entre nós dois é de cerca de 8 meses somente.

Tive meus bebês em um bueiro que fica no estacionamento de uma empresa. Não era o melhor lugar para tê-los, mas não consegui achar nenhum outro, e pensei que lá eles estariam seguros. Mas acho que me enganei, porque a medida que meus bebês cresceram um pouco e começaram a sair do bueiro, eles foram sumindo. Não gosto nem de pensar no que aconteceu com eles.

No fim fiquei só eu e o Cacau…umas pessoas boazinhas colocavam comida pra gente de vez em quando, mas outras diziam que não era pra nos alimentar, e que tinham que ‘dar um jeito’ na gente. Muitas vezes nos enxotaram, atiraram coisas, até chutes levamos. Dói muito.

Com tudo isso, ficamos muito desconfiados das pessoas, porque nunca sabíamos se quem estava por perto ia fazer algum mal pra gente.

Um dia apareceu uma tia e um tio diferentes, que começaram a colocar comidinha pra nós todos os dias. No começo fiquei com a pulga atrás da orelha (literalmente! A gente tinha um monte de pulgas!), mas com o tempo percebi que eles iam lá, colocavam a comidinha, e logo se afastavam para que eu e meu bebê pudéssemos nos alimentar. Fomos aprendendo a confiar neles. Só um pouquinho.

E um dia eles nos colocaram em uma caixinha! Que horror!! Quase morremos de susto, não podíamos fugir, o que eles iam fazer com a gente!! Fomos levados para uma sala onde um homem de branco nos cutucou e espetou, e fizemos o possível para fugir dele, mordemos, arranhamos, mas não adiantou nada, e então finalmente nos colocaram juntos em uma gaiolinha, onde ficamos encolhidos e exaustos.

Mas, colocaram também uma comidinha bem gostosa, aguinha fresca, e um lugarzinho para dormirmos. E todo dia vinha uma pessoa que falava macio com a gente, e com muito cuidado tentava se aproximar. No começo a gente não deixava, ficávamos apavorados e fazíamos fuzzzz, mas aos poucos percebemos que nada de mal acontecia, e então deixamos que colocassem a mão na gente. E não é que era gostoso esse tal de carinho? Principalmente embaixo do queixinho, hehe.

O meu filhote é mais assustado do que eu…acho que eu passei muito do meu medo dos humanos para ele. Mas ele está aprendendo a brincar e a aceitar carinhos também. Essas tias que cuidam da gente dizem que o que precisamos agora é ir para um lar pra sempre, mas isso nos assusta muito! E se as pessoas não gostarem da gente? E se não respeitarem o nosso medinho? Porque agora a gente conhece as tias, mas não conhecemos outras pessoas, e temos medo sim no começo!

E se quiserem levar meu bebê embora de mim??? Ele é meu filhote, minha família, e não quero me separar dele nunca! As tias prometeram que só vão nos doar se formos juntos, porque assim se ficarmos assustados, pelo menos teremos um ao outro.

Bom, é isso aí. A tia pediu pra eu contar nossa historinha, mas nossa vida é meio curta e triste, né? Acho que daqui pra frente as coisas vão melhorar, assim que as tias encontrarem esse tal de lar pra sempre. Daí sim teremos uma história feliz pra contar :-)

ronrons (meio relutantes ainda) da Nutella, e do Cacau

Esses dois fofuchos precisam de alguém com muita paciência e que já esteja acostumado com gatos, que respeite o tempo que eles precisam para aprender a ganhar confiança nas pessoas. Enfatizamos que gostaríamos que eles fossem adotados juntos.

Saiba mais sobre cada um deles: Nutella e Cacau

Para adotar clique aqui.

2 Responses to Nutella & Cacau

  1. Eu adotei – a cinco meses atrás – dois gatinhos ariscos e assustados como Nutella e Cacau. Eu havia acabado de perder meu Oliver, que saiu pela chaminé da churrasqueira e foi atropelado (ainda choro por ele). A decisão de adotar dois gatinhos, ainda mais tão assustadinhos, não foi fácil de tomar. Mas eles foram vítimas de maus-tratos ainda quando bebês, não podia deixá-los correr esse risco de novo.

    Assim que eu os trouxe para casa – meus bi-gatos, Bóris e Théo – ficaram 3 dias embaixo da minha cama. Eu colocava comidinha e água e ficava horas sentada no chão ao lado de um potinho de sachê (golpe baixo, eu sei… rsrs). Até que então durante a terceira noite eles subiram na cama comigo e se aconchegaram perto de mim. Gente, não tenho como colocar em palavras a sensação de ver aqueles pequenos confiando em mim. O Bóris parecia tão incrédulo que deitava e levantava a todo instante, somente para deitar no mesmo lugar. Parecia que ele queria viver de novo o momento de se aconchegar a primeira vez perto de um humano. E as primeiras brincadeiras? Eles não sabiam brincar, ensaiaram as primeiras brincadeiras com movimentos relutantes e os olhinhos brilhando. É a coisa mais linda de se ver, faz bem ao coração, sabe?

    Hoje eles nem de longe lembram os pequenos assustados que um dia foram. Ok, eles não gostam de visitas e se escondem embaixo da minha cama sempre que chega alguém estranho. Mas e dai? São espertos, brincalhões, lindos, adoráveis e especialmente carinhosos. Me seguem por toda casa, dormem comigo, brincam o dia todo, adoráveis!!!

    Olha o Théozinho impedindo que eu termine a minha leitura:
    http://www.youtube.com/watch?v=5qBbUYKOh38

    E Bóris fazendo acrobacias atrás do dA Bird:
    http://www.youtube.com/watch?v=auFOtVOeoGs

    Se a minha experiência puder ajudar alguém a decidir adotar Nutella e Cacau… posso garantir: não há nada mais reconfortante do que ver um gatinho que já sofreu tanto a ganhar confiança dia por dia, brincadeira por brincadeira, carinho por carinho. Nada faz tão bem ao coração.

    Nutella e Cacau, a tia aqui deseja toda a sorte do mundo para vocês. Lambeijos da tia, do Bóris e do Théo.

  2. Ai, que história mais linda essa do Bóris e do Théo! Mamãe, parabéns pela paciência e pelo amor. O mundo precisa de mais pessoas como você. Torcendo aqui para que Nutella e Cacau encontre uma mamãe tão apaixonada, dedicada e com um coração tão grande, assim como você. Beijos.

Deixe um Comentário para Josiane Cancelar Resposta

Seu e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados *